Bitcoin fecha outubro no vermelho pela primeira vez em anos – mas calma, nem tudo está perdido

Bitcoin fecha outubro no vermelho. Quem acompanha o mercado de criptomoedas sabe que outubro costuma ser mês de festa para o Bitcoin. Tanto que até ganhou um apelido carinhoso: “Uptober” (uma mistura de “up” – subir em inglês – com “October”). Mas esse ano? Bem, a história foi diferente.
O mês terminou com o Bitcoin caindo cerca de 5%. Parece pouco? Talvez. Mas quebrou uma sequência de seis anos seguidos de alta em outubro. E isso deixou muita gente de cabelo em pé.
O que é esse tal de “Uptober”?
Antes de mais nada, vamos entender o contexto. Nos últimos anos, outubro virou aquele mês em que investidor de cripto já esperava lucro. Era quase tradição: chegava outubro, o Bitcoin subia. Simples assim.
Historicamente, a moeda digital costumava subir em média uns 20% durante o mês. Era tipo aquela promoção que você já espera no final do ano – só que para criptomoedas.
Mas outubro de 2025 resolveu quebrar o padrão. E agora todo mundo está se perguntando: é só uma pausa ou estamos diante de algo maior?
Não é a primeira vez que isso acontece
Calma, respira fundo. O Bitcoin já fechou outubro no vermelho antes. Foram apenas três vezes na história toda, para ser mais exato.
A primeira foi em 2014. E sabe o que aconteceu depois? Em novembro daquele ano, a moeda subiu 12,8%. Nada mal, né?
Mas tem o outro lado da moeda (sem trocadilho). Em 2018, quando outubro também fechou no negativo, o mês seguinte foi ainda pior: queda de 36%. Aí dói.
Então, como dizem por aí, pode dar zebra para qualquer lado. É aquela incerteza que deixa o pessoal no frio da barriga.
Por que o mercado está tão nervoso?
Várias coisas estão mexendo com a cabeça dos investidores agora. E não é só sobre o Bitcoin, não. Tem muito dedo da economia global metendo colher nessa história.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo federal enfrentou problemas de paralisação. Isso mesmo, aquela confusão toda que impede o governo de funcionar direito. E quando isso acontece, faltam dados econômicos importantes.
Sem esses dados, o Federal Reserve (que é tipo o Banco Central de lá) fica perdido na hora de decidir se sobe ou baixa os juros. É como tentar dirigir com os olhos vendados.
E tem mais: a chance de aumentarem os juros em dezembro caiu bastante. Isso tudo gera incerteza. E sabe o que o mercado financeiro odeia? Exatamente: incerteza.
Mas nem tudo são flores… ou espinhos
Aqui vem uma informação interessante. Apesar da queda de 5% em outubro, o Bitcoin não caiu abaixo dos 100 mil dólares. Na verdade, desde maio de 2025, a moeda não desce dessa marca.
Nic Puckrin, que é CEO da Coin Bureau (uma empresa grande do mercado cripto), falou algo que faz sentido. Ele comentou que o mercado absorveu uma pressão de venda de 405 Bitcoins de investidores antigos durante outubro. Mesmo assim, o preço ficou forte acima dos 100 mil dólares.
Para quem entende do riscado, isso é sinal de que a moeda está resistente. É tipo aquele lutador que leva uns socos mas continua de pé.
O que vem por aí?
Puckrin acredita que novembro vai ser um mês agitado. Muita volatilidade no ar. Ou seja, a moeda vai subir e descer que nem montanha-russa.
Mas ele não está pessimista, não. Na visão dele, essa queda de outubro foi só uma correção saudável dentro de um movimento maior de alta. É tipo quando você está subindo uma escada e para para descansar um pouco antes de continuar.
A tal da inflação que não sai da nossa vida
Aqui no Brasil, a gente conhece bem esse problema: inflação. Aquela situação chata em que seu dinheiro vale cada vez menos e você compra menos coisas com a mesma grana.
Nos Estados Unidos e no resto do mundo, isso também está acontecendo. E sabe o que as pessoas fazem quando o dinheiro normal perde valor? Procuram alternativas.
É aí que entra o Bitcoin. Muita gente vê a moeda digital como uma forma de proteger o patrimônio contra a desvalorização. É tipo guardar dinheiro debaixo do colchão, só que versão moderna e digital.
Enquanto a inflação continuar mordendo, a procura por Bitcoin tende a aumentar. É a lei da oferta e da procura trabalhando a favor da criptomoeda.
E aquela história de liquidez?
Tem outro ponto técnico que vale mencionar (mas vou explicar de forma simples, prometo). O Federal Reserve vem fazendo um processo chamado “aperto quantitativo”. Basicamente, eles estão tirando dinheiro de circulação para controlar a inflação.
Mas isso não dura para sempre. Segundo Puckrin, quando esse aperto acabar, vai começar um período de mais liquidez – ou seja, mais dinheiro circulando por aí.
E mais dinheiro no mercado geralmente é bom para ativos como o Bitcoin. É tipo quando chove depois de uma seca: tudo floresce de novo.
Então, devo me preocupar ou não?
A resposta curta? Depende do seu perfil de investidor.
Se você está no Bitcoin pensando no longo prazo, essa queda de outubro é praticamente um detalhe. Os fundamentos da moeda continuam sólidos. A procura existe. A tecnologia está evoluindo.
Agora, se você é daqueles que entra em pânico com qualquer oscilação, talvez cripto não seja para você. Porque essa montanha-russa de preços faz parte do jogo.
Puckrin resumiu bem: “O caso a favor do Bitcoin permanece intacto – as quedas são apenas ruído de curto prazo”. É aquela história de não deixar o barulho do momento atrapalhar a visão do todo.
Lições que ficam
Essa história toda do “Uptober” que virou “Redtober” (outubro vermelho) nos ensina algumas coisas importantes.
Primeiro: padrões são legais, mas nada no mercado financeiro é garantido. Aquela ideia de que “sempre sobe em outubro” era bonita até deixar de ser.
Segundo: contexto importa. Não dá para olhar só para o Bitcoin isoladamente. Tem que entender o que está rolando na economia mundial, nas políticas dos bancos centrais, na inflação…
E terceiro: resiliência conta. O fato do Bitcoin ter segurado acima dos 100 mil dólares mesmo com toda a pressão vendedora mostra que a moeda tem seus apoiadores fiéis.
O que esperar daqui para frente?
Ninguém tem bola de cristal. Quem disser que sabe exatamente o que vai acontecer está mentindo descaradamente.
O que dá para dizer é que novembro promete emoções. Pode ter mais queda? sim. E ter recuperação forte? Também pode. É o famoso “vamos ver no que dá”.
Para quem está dentro, a dica é a mesma de sempre: não invista o que não pode perder, mantenha a calma nas oscilações e pense no longo prazo.
Para quem está de fora pensando em entrar, faça sua lição de casa. Estude, entenda os riscos e só então tome sua decisão.
Uma coisa é certa: o mercado de criptomoedas nunca é monótono. Sempre tem algo acontecendo. E esse outubro de 2025 vai entrar para os livros de história como aquele que quebrou a tradição do “Uptober”.
Mas como já dizia aquele ditado: tradições são feitas para serem quebradas. Agora é torcer (ou não) para que novembro traga notícias melhores.
Fonte: beincrypto.com
