Cientistas descobriram um novo coronavírus

Saúde

Cientistas descobriram um novo coronavírus em morcegos brasileiros, mas calma lá.

Cientistas descobriram um novo coronavírus. Provavelmente, a notícia de mais um vírus desses não te anima, eu te entendo perfeitamente. A descoberta é, contudo, importante, mereçe ser investigada.

Pesquisadores do Brasil e do mundo acharam uma nova versão de coronavírus em morcegos no Brasil, respira fundo, sem pânico. Até agora, não provaram que o vírus consiga infectar gente.

O que foi descoberto exatamente?

A pesquisa foi feita por um grupo de estudiosos do Japão, do Brasil e outros lugares, que estavam estudando morcegos no Maranhão e São Paulo. Amostras de tecido do intestino de várias espécies foram coletadas e a análise do material genético começou.

Ai a coisa ficou curiosa. Em um morcego da espécie Pteronotus parnellii, achado em Riachão, no interior do Maranhão, acharam algo diferente: um vírus que lembra o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, e o MERS-CoV, que deu uma epidemia no Oriente Médio em 2012.
Contudo, agora aparece o detalhe que chamou a atenção da galera.

O Rolê da Proteína Spike

Lembra daquela imagem icônica da Covid, tipo um ícone destes tempos atuais? Aquela bolinha com espinhos pra fora? Esses “espinhos” são a proteína spike, que manda muito, permitindo o vírus invadir as células.

O vírus que pegaram em morcegos brazucas tem uma parada nessa proteína que é muito parecida com a da Covid. A galera da ciência chama isso de “sítio de clivagem de furina”, um nome que você nem precisa decorar, sério.

Em resumo, o vírus usa uma parada molecular pra turbinar sua entrada nas células. No caso da SARS-CoV-2, essa parada ajudou ele a se espalhar mais rápido, meu.
E aí, tô ferrado?

Calma, respira fundo. A informação, por enquanto, é só um rascunho. O estudo nem passou pelo crivo dos outros cientistas, sabe, pra confirmar tudo. Foi publicado como “preprint”, tipo um rascunho científico mesmo.
Ainda mais importante, não há prova alguma de que este vírus consiga infectar humanos. Nenhuma, mesmo. Por enquanto, só o acharam em morcegos.

É quase como achar uma cobra venenosa nova na floresta. É bom saber dela, pra se precaver, mas não quer dizer que você será mordido, de imediato.

Por que os cientistas tão prestando atenção nisso?

Embora não seja perigo agora, a descoberta acende um alerta forte. Mostra que tem vírus por aí com chance de dar ruim no futuro.

Pense assim: é como fazer uma revisão na sua casa. Não precisa esperar o telhado cair pra ver se tem algo errado, né? Os cientistas tão fazendo igual com os vírus, de olho neles antes que virem um problemão.

A pesquisa também joga luz num detalhe que muitos nem sabiam: até agora, a maioria dos estudos sobre coronavírus ruins focava na Ásia. A América do Sul, com um montão de bichos e morcegos, tava meio que largada nesse assunto.
Os morcegos seriam os vilões da história?

Acho que não! Essa ideia precisa ser quebrada. Os morcegos têm funções importantíssimas nos ecossistemas, entende? Eles ajudam na polinização, controlando insetos, e também espalham sementes.

Só porque eles têm vírus, não significa que são os maus da fita. Eles guardam vírus há muito tempo, tipo milhares de anos. O problema mesmo não são os morcegos, mas as situações em que as pessoas chegam perto deles demais – muitas vezes por causa do desmatamento, entrando nos lugares onde eles vivem, e do comércio ilegal de bicho.

O que seria o “risco zoonótico”?

Zoonose é o nome chique para doenças que passam de bichos para gente. A Covid-19, por exemplo, é uma zoonose. A gripe aviária também, saca?
E por aí vai.

Quando os cientistas falam sobre “risco zoonótico”, eles tão prevendo, né, que um vírus pode pegar e, em tese, conseguir passar para nós. Mas isso não quer dizer que vai acontecer logo; é mais por precaução mesmo.
Quanto à nomenclatura intricada do vírus

Os cientistas lançaram uma proposta o nome “BRZ batCoV”. “BRZ” aponta pro Brasil “bat” traduz para morcego, e “CoV” quer dizer coronavírus. Bastante criativo, né?

Se confirmado, seria o primeiro coronavírus com as particularidades vistas, vindo da América do Sul. Antes disso, vírus parecidos foram achados em geral na Ásia, África, e no Oriente Médio.

O que vem depois da descoberta

No começo, a pesquisa precisa ser avaliada por outros cientistas assim. Parecido com o trabalho da escola, tipo uma correção, mas nesse caso, muitos “professores” experts analisam tudo direitinho.

Depois disso, mais estudos são de esperar. Coletar mais amostras de morcegos em áreas diferentes do Brasil. Estudar o vírus em laboratório, com total segurança. O objetivo é entender mais sobre o potencial deste e de outros vírus que podem tá circulando, sem a gente saber.

Lições aprendidas

Essa descoberta reitera pontos muito importantes, que a pandemia da Covid-19 já tinha mostrado.
Principalmente, precisamos gastar mais em olhar por vírus nos bichos selvagens, uma forma de proteção antecipada, que parece bastante mais barata e prodúctiva do que correr atrás da fumaça quando o fogo já está pegando.

Depois disso, áreas tropicais, com o Brasil na frente, com aquela biodiversidade enorme, carecem de mais foco nessas investigações, por conta da floresta bem grande, a variedade de bicho farto, e a falta de gente estudando com vontade afinal.

Por fim, manter os lares dos animais não é só defender os bichos, é cuidar da nossa saúde também. Todavia a gente invadindo as matas cada vez mais aumenta as chances de encontrar vírus que, o certo mesmo, era estarem longe da gente, isoladinhos.

 

Fonte: infomoney

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